Tendo por base o repertório de seu novo disco, um panorama compacto de 100 anos de violão brasileiro, Arthur Nestrovski faz um show solo,
entremeado de conversas sobre cada peça – e sobre o momento que vivemos.
Todos os arranjos do disco foram criados entre abril e julho de 2020. (Isso só não vale para os Villa-Lobos, que foram lidos da partitura.) Eram os primeiros meses da pandemia de covid-19 e, como tantos artistas, também Nestrovski se sentiu levado a postar vídeos nas redes, a cada semana. “Uma forma”, como ele diz, “de oferecer companhia e conforto a quem estava em isolamento domiciliar; e também um modo de dar mais sentido ao nosso próprio isolamento”.
Para além disso, havia um desafio adicional: cada música seria de um autor diferente, explorando o repertório brasileiro. Sem que tivesse sido planejado, o resultado acabou cobrindo um século, de 1912 (Villa-Lobos) a 2005 (J. M. Wisnik), chegando a 2020 com a música-título.
Para o show, Nestrovski combina boa parte do repertório do disco – de autores como João Pernambuco, Pixinguinha, Cristóvão Bastos e Paulo Jobim – com outros arranjos, de compositores como Tom Jobim, Hekel Tavares e Ary Barroso. Também toca os cinco Prelúdios de Villa-Lobos, veio central do programa, definindo formas de imaginar o violão brasileiro até hoje.
Produção: Circus/Guto Ruocco