S A R A B A N D A
Depois de Pós você e eu (2016), Sarabanda (Circus, 2020), retoma a parceria de Lívia Nestrovski e Arthur Nestrovski. O disco está nas plataformas digitais desde 11 de setembro de 2020. O CD físico sai em outubro/ 2020.
O repertório reúne várias canções inéditas, novas versões de canções de Schumann e Schubert, todas com letras de Arthur Nestrovski. Arthur Nestrovski, aliás, se apresenta em quase todas as autorias do disco que contém dezessete faixas em pouco mais de 45 minutos.
Para Lívia Nestrovski, “Sarabanda é um disco muito bem representado por seu título e sua capa: uma dança lenta, meio europeia, meio latino-americana; um mergulhador em parafuso, em câmera lenta, suspenso no ar. O repertório tão conhecido do mundo dito “erudito”, mas feito de outra maneira, cantado sem impostação. Para mim, um grande desafio: um salto para dentro de algo profundo e cristalino, mas que não pode ter deslizes. Uma dança estruturada em sua forma, mas que pode, e deve, ser livre. Isso tudo misturado às canções de meu pai e de compositores brasileiros, com toda a naturalidade. Acima de tudo, acredito ser o mais lindo trabalho musical de meu pai”.
Um dos destaques do disco é “Cisne”, composto por Camille Saint-Saëns em 1886, como um dos movimentos da suíte O Carnaval dos Animais, e “clássico dos clássicos” do repertório para violoncelo, “Cisne”, agora canção, ganhou letra em português. Arthur Nestrovski transporta a música do mestre romântico francês para o universo da canção brasileira.
“Cisne” foi o primeiro single, lançado no final de julho nas plataformas digitais. A inédita parceria, assim como todo o álbum tem em Lívia Nestrovski, a predestinada intérprete, transitando com natural virtuosismo pelos dois mundos. O “Cisne” de Saint-Saëns se transforma, a seu modo, numa garota de Ipanema (“olha que coisa mais irreal/ quando ela passa o chão parece mar”). O mesmo mito da mulher que passa, que Vinicius de Moraes, de sua parte, reanimava a partir de fontes da poesia latina clássica, ganha mais uma vida nessa “coisa mais linda”, que “transcende toda beleza”.
Vale o mesmo para todo o repertório do disco. Outros momentos de clássico e popular se cruzam sem cerimônia, na melhor tradição da “gaia ciência” da canção popular brasileira. Aqui estão novas versões para canções de Schubert e Schumann (com seus poetas), letras inéditas para uma “Sarabanda” de Bach, que dá nome ao disco, e também para dois estudos para violão de Fernando Sor (séc. 19), além de quatro canções novas – letra e música de Arthur –, uma de Zé Miguel Wisnik, “Mais simples” e parcerias de Vinicius de Moraes com Tom Jobim (“Janelas abertas”) e Francis Hime (“Anoiteceu”).
“Acho que não preciso salientar meu prazer de acompanhar a Lívia nessas canções. Mas preciso, sim, sublinhar que o prazer vai além do laço paterno: é sempre uma grande emoção musical, mesmo, ficar lado a lado com essa cantora, minha intérprete ideal. O resto é a música; e a poesia que vem da música.”
Lívia e Arthur Nestrovski apresentaram, em primeira mão o show de lançamento do novíssimo álbum Sarabanda numa live no dia 12 de setembro às 19h pelo projeto “Sesc ao Vivo”.
Quatro anos depois de Pós Você e Eu (Circus, 2016), o novo disco consagra a parceria de pai e filha. Além de shows com Arthur e do duo com Fred Ferreira, com quem fez várias turnês internacionais, nesses últimos anos Lívia se apresentou com a Sinfônica Heliópolis e a Orquestra Petrobras Sinfônica, ambas regidas por Isaac Karabtchevsky, com a Orquestra Jovem Tom Jobim, regida por Tiago Costa, e a Nelson Ayres Big Band, entre outros parceiros. Arthur Nestrovski, para além da carreira de violonista, letrista e compositor, é diretor artístico da Osesp (a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo), desde 2010.